terça-feira, 21 de agosto de 2012

Repensando a Santificação Por Que Preciso

Tradução do artigo em Parchment & Pen Blog por C Michael Patton


Quinze anos atrás, eu tinha entendido tudo. Minha teologia era perfeita. Minhas paixões eram inflamadas pela crescente convicção de que eu ia fazer a diferença - uma grande diferença. Se alguém tinha algum problema, eu podia consertar... ou pelo menos direcioná-los para o caminho certo do conserto. Eu tinha todas as respostas. Eu era santificado e estava sendo santificado... rápido (tipo, rápido-Ferrari).
Pulando quinze anos pra frente...

As coisas são bem diferentes agora. Eu não entendo tanta coisa assim. Paixões estão seguras, mas foram suavizadas pelas cicatrizes na minha alma. Coisas em que eu era tão confiante antes agora fazem meu espírito corar com frustração, salgado com um pouco de vergonha e amargura. Concertar coisas não é mais fácil como parecia antes. Complicações surgiram. Pessoas são complicadas. Eu sou complicado. 

Não muito tempo atrás, enquanto discutia crescimento espiritual com uma garota cristã desencorajada, eu comecei a ver nela minha própria condição. Ela não conseguia entender por que ela não era uma "boa" pessoa. "Eu sou cristã por trinta anos, e me sinto menos santificada agora do que nunca. Eu não entendo. Talvez eu nem seja salva."
Enquanto refletia nisso durante o dia, eu cheguei a conclusão de que éramos iguais. Espere... vou tentar explicar minha definição anterior de santificação:

Santificação. O estado de experimentar crescimento que é medido por se tornar mais parecido com Cristo. 
Interpretação: Você está ficando melhor e melhor. Você não é mais mal como era antes. Você não reclama tanto. Você tem uma perspectiva melhor da vida. Você nunca está deprimido. Você lida com os problemas de uma maneira mais madura; sabe, do jeito que Cristo lidava com eles. Ahh, e você também entende mais coisas do que entendia antes. 

Quinze anos depois que me fiz a inscrição na definição acima, eu reflito na minha própria condição e me encontro cheio de frustração. Claro, eu não sou controlado por muitos dos pecados que me controlavam antes, mas tenho que entrar em greve em todos os sinais de santificação listados acima. Novos pecados apareceram. Falhas de personalidade. Mau-humor. Reclamações. A inabilidade de reagir a situações com uma calma confiança. Rapidamente irritável. E quer saber? Tem algumas pessoas que eu não gosto, e não consigo ser legal com elas. Sheesh, a só vinte anos atrás fui votado o cara mais legal no colégio  John Marshall. Não acredita em mim? Dê uma olhada no anuário. Finalmente(e você não vai acreditar nisso), estou achando cada vez mais e mais difícil não ter desculpas para não ir ao cultos no Domingo de manhã, a não ser que eu esteja ensinando ou pregando - aí eu me animo todo! 
Por que eu não estou ficando "melhor"? Eu não sei. Eu poderia culpar tantas coisas, mas culpa só seria outro sinal do meu estado lamentável. (Pessoas não santificadas não culpam um monte? Adão?).

Entretanto, isso me fez repensar a mim mesmo, e minha visão da santificação. O que significa ser feito "santo"? 
Novos estágios da vida te apresentaram novas maneiras de mostrar sua natureza caída. Crianças. Quatro crianças. Quatro crianças pelos treze anos. Casamento. Morte. Tristeza. Tempo permite mais decepções nos outros e em você mesmo. Você simplesmente precisa lidar com mais bagagem do que antes. Ah, e aí tem aquelas vezes em que você tem depressão. 
Peraí! Cristãos não deveriam ter depressão. Especialmente esses que ensinam teologia. Ah Deus, de que presta tudo que eu faço e sou agora, quinze anos depois, passando por depressão? Antes eu conseguia endireitar pessoas deprimidas com uma balançada da minha varinha mágica de interpretação bíblica adequada! Acho que não funcionava tão bem quanto eu pensava.

Quinze anos depois, ou eu não estou sendo santificado(o que é possível) ou eu preciso repensar a santificação. Minhas esperanças e idéias são:

Santificação. O processo do desenvolvimento cristão que tem mais a ver com quão dependente você se tornou do Senhor, não necessariamente com simplesmente se tornar "bom". Santificação tem mais a ver com a frequência em que você está quebrado diante Dele, do que com sua inabalável habilidade de lidar com a dor. Santificação tem mais a ver com reconhecer suas fraquezas do que seus pontos fortes. Santificação tem mais a ver com arrependimento do que com coisas que não precisam de arrependimento. No final, santificação quantifica os movimentos progressivos que você faz em direção a Deus, por que você não tem mais para onde ir.

Mas aí existem os frutos do Espírito. É, aqueles. A alegria não cancela a depressão? Paz não derrota a irritabilidade? A fé não tem alguma coisa a ver com não estar apavorado de que algo ruim possa acontecer com meus filhos? 
Nada da setinha vermelha perfeita nesse artigo.
Estou tentando repensar a santificação por que eu preciso.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

R.C. Sproul, Criacionismo, Seis dias, e um Modelo de Humildade


Tradução do artigo em Christ And Pop Culture por Alan Noble


Dentro do evangelicalismo, um dos mais ferozes e mais regular debate é sobre como interpretamos os primeiros capítulos de Gênesis, particularmente à luz da ciência moderna. Empregos foram perdidos. Carreiras foram construídas. Escolas foram lançadas em tumulto. Denominações foram divididas.
Através dos anos, passei a acreditar que, muito mais perigosa que a crença na Evolução e Terra Antiga, é o ensinamento de que essas idéias são responsáveis por todos os grandes problemas na nossa sociedade, e que nenhum cristão pode aceitá-las sem danificar dramaticamente sua fé e seu testemunho. Para alguns crentes conservadores(a maioria reformados), uma crença na Terra Jovem e criação de 6 dias é tão importante como os credos históricos. Ortodoxia é redefinida em um contexto moderno.
Claro, alguns cristãos no outro lado - Evolucionistas Teístas, Terra Antiga, Evolucionismo Guiado, etc - não são menos arrogantes e divisivos. Demonstram condescendência, desprezo, e indiferença para com os irmãos e irmã que tem preocupações legítimas sobre como a evolução poderia alterar nosso entendimento do pecado, da Queda, morte, sofrimento, e a interpretação das Escrituras.
À luz dessa desunião e desse discurso público cruel, minha preocupação tem sido mais sobre como cristãos articulam e defendem o que creem sobre Gênesis, e menos sobre qual o conteúdo da opinião. Então, foi com grande alegria que eu li as seguinte palavras de R.C. Sproul numa entrevista por Tim Challies:
Você alguma vez já repensou sua posição em favor da criação em sei dias e terra jovem, especialmente a vista de todo novo material sobre o assunto que tem sido publicados desde 2006?
Bom, essa é uma questão complicada, por que quando tomei a posição, foi sobre a criação em seis dias. Eu não me posicionei sobre a terra jovem. Eu não sei quão velha a Terra é. Eu não sabia lá. Eu ainda não sei.
E o que nós queremos dizer com "Terra Jovem"? Se você está pensando seis mil anos, eu duvido disso. Se você está pensando doze bilhões de anos, eu duvido disso também. Tudo que eu queria dizer era sobre o entendimento que as Escrituras ensinam sobre os seis dias da criação. E eu nem mesmo acho correto dizer que tomei uma posição. Eu falei qual era meu ponto de vista.
Quando você diz que tem um ponto de vista, é uma coisa dizer, "eu acho que é assim". É outra coisa, tomar uma posição onde você diz: "Aqui me posiciono. Eu vou morrer nessa montanha." Eu posso estar errado no meu entendimento do Gênesis. É difícil lidar com o gênero literário nos primeiros versículos nos capítulos iniciais de Gênesis. Eu acho que deve haver uma flexibilidade ali.
Eu poderia beijar o Doutor Sproul por isso. Que tremendo modelo de humildade intelectual e espiritual poder publicamente dizer: "Eu posso estar errado no meu entendimento de Gênesis."  Quanta coragem, considerando o ambiente tóxico em que esse debate se faz atualmente, e considerando os leitores de Challies - predominantemente cristãos muito conservadores, reformados.
Que todos nós possamos imitar o Doutor Sproul aqui, dando a correta prioridade ao que é importante a nossa fé, e aceitando nossa limitada capacidade intelectual e espiritual. Eu espero que esse seja um sinal de uma mudança geral em favor do amor e da graça sobre essas questões, ao invés da tendência de apostas cada vez maiores em interpretações específicas dos primeiros capítulos de Gênesis.